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Segunda, 23 Outubro 2023 11:28

Livro lançado no IAB estuda impacto do nazismo em ciganos, pessoas negras e LGBTQIAP+

Da esq. para a dir., Carlos Schlesinger, Eliane Pszczol, Marcia DInis, Heliete Vaitsman e David Alfredo Da esq. para a dir., Carlos Schlesinger, Eliane Pszczol, Marcia DInis, Heliete Vaitsman e David Alfredo

“Os campos de concentração nazistas deixaram seis milhões de judeus mortos, mas nem todo mundo sabe que outros grupos minoritários sofreram, se não o mesmo tipo de extermínio, algo muito parecido”, disse a socióloga Eliane Pszczol durante o lançamento do livro (Neo)nazismo, um risco atual. Por que? Onde? Como?, produzido por ela em conjunto com a jornalista Heliete Vaitsman. No evento, que aconteceu no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) na última sexta-feira (20/10), Vaitsman lembrou que o regime de Hitler matou mais de 500 mil ciganos. Orientadas pelo aprimoramento desse discurso ideológico na sociedade, as autoras entrevistaram historiadores, pessoas negras, com deficiência, LGBTQIAP+ e ciganos para entender os impactos da perseguição nazista nos mais diversos grupos.

 Na avaliação do 1º vice-presidente do IAB, Carlos Eduardo Machado, discursos ideológicos radicais, como o antissemitismo, apesar de parecerem superados, ainda são problemas atuais. “As palavras vão sendo alteradas, mas aquilo que estava lá atrás no nazismo e no fascismo acabam sendo reproduzidos em uma outra roupagem”, disse o advogado na abertura do evento. Também estiveram presentes a diretora de Biblioteca do IAB, Marcia Dinis, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do IAB e da Associação Nacional de Advogados e Juristas Brasil-Israel, Carlos Schlesinger, e o historiador e educador museal David Alfredo. 


Carlos Eduardo Machado

Para Heliete Vaitsman, o impacto do nazismo em diferentes grupos sociais deveria ser debatido de forma mais ampla no ensino básico: “As escolas brasileiras mal tocam no assunto, muito menos no holocausto, apenas falam um pouquinho da Segunda Guerra Mundial no segundo grau”. Mesmo após a condenação do massacre promovido por Hitler na Alemanha, a jornalista lembrou que as minorias atacadas durante o regime ainda sofrem perseguições ao redor do mundo. “Os ciganos do leste europeu sempre foram estigmatizados por justificativas não étnicas. Eles sempre foram perseguidos porque seriam ladrões ou porque não se integrariam aos costumes dos lugares”, citou. Na visão de Vaitsman, o debate sobre as práticas nazistas deve ser constante porque “todas as conquistas não são permanentes se a luta por elas não for mantida”. 

O livro começa, segundo Eliane Pszczol com quatro entrevistas com especialistas em História para que o antissemitismo e o nazismo no Brasil sejam contextualizados para o leitor. “Temos a preocupação com uma linguagem fluída. A nossa intenção é atingir o maior público possível para conseguirmos levar esse debate a um público amplo”, afirmou a autora. Marcia Dinis destacou que os discursos abordados na obra são atuais: “As comparações são inevitáveis e, em alguns casos, fundamentais, principalmente quando ideias racistas, xenofóbicas, misóginas e lgbtfóbicas são afirmadas aos berros sob o falso argumento de liberdade de expressão”.  

Um dos entrevistados do livro, David Alfredo explicou que a ascensão do discurso nazista está sempre relacionada com uma crise. “Em um momento de convulsão política e econômica, as pessoas mal informadas são informadas por pessoas mal intencionadas. Não podemos entender também que todas as pessoas que aderem a ideias neonazistas são neonazistas de fato. Muitas vezes essas pessoas estão em sofrimento e elas vêem nos ideais fascistas e nazistas uma possibilidade de deixar de sofrer, porque elas se identificam com aquela ideia”, ponderou o historiador. Carlos Schlesinger defendeu que a única solução para o enfrentamento do preconceito é a educação: “O neonazismo e as práticas ditas fascistas vicejam, basicamente, não acima do mal, mas acima da ignorância”.

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