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Sábado, 16 Julho 2016 04:23

IAB homenageia Evaristo de Moraes Filho pelos seus cem anos

Técio Lins e Silva com os familiares de Evaristo de Moraes Filho, entre Dona Hileda Flores de Moraes e Antônio Carlos Flores de Moraes Técio Lins e Silva com os familiares de Evaristo de Moraes Filho, entre Dona Hileda Flores de Moraes e Antônio Carlos Flores de Moraes
O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) realizou sessão solene, nesta quarta-feira (16/07), conduzida pelo presidente Técio Lins e Silva, em homenagem ao centenário de nascimento do professor Evaristo de Moraes Filho, que foi agraciado com a Medalha Montezuma, o fundador do IAB. Impossibilitado de andar, o homenageado foi representado na cerimônia por sua esposa, Dona Hileda Flores de Moraes, e os filhos Regina Lúcia de Moraes Morel e Antônio Carlos Flores de Moraes, conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, que discursou em nome da família. Também compareceram quatro netos, um bisneto e dois sobrinhos, além de muitos ex-alunos dentre as autoridades presentes.

Na abertura do discurso em nome da família, Antônio Carlos Flores de Moraes afirmou: "É justa e merecida a homenagem. Digo isso como filho e aluno do homenageado". Orador oficial do IAB, José Roberto Batochio, ex-presidente do Conselho Federal da OAB, disse que Evaristo Moraes Filho "é autor de uma vasta obra no campo da ciência do Direito, além do pioneirismo no Direito do Trabalho". Segundo ele, "um homem com vocação para a pesquisa, as políticas públicas e o magistério".

Na cerimônia, a família de Evaristo de Moraes Filho, além de receber uma placa comemorativa do centenário, entronizou alguns objetos no Museu da IAB. Dentre os quais um busto em bronze - doado por Técio Lins e Silva de sua coleção de obras de arte - do pai do homenageado, o rábula Evaristo de Moraes, considerado um dos maiores criminalistas da história da advocacia brasileira. O busto é um protótipo feito pelo artista Laurindo Ramos para a escultura exposta no Salão dos Passos Perdidos, no prédio do antigo Tribunal do Júri, onde Evaristo de Moraes teve memoráveis atuações.

O Museu do IAB recebeu, ainda, uma fotografia do homenageado, quando jovem e de beca, e um original do Diário Oficial da União, de 23 de abril de 1963, no qual foi publicada a íntegra do Anteprojeto do Código Processual do Trabalho elaborado por Evaristo de Moraes Filho. O documento foi doado pelo consócio Haryberto Miranda Jordão Filho, membro das Comissões de Direito Constitucional e Internacional do IAB, que o recebeu de presente, com dedicatória, no dia 6 de janeiro de 1986, do seu ex-professor Evaristo de Moraes Filho.

Compareceram à cerimônia os ex-presidentes do IAB João Luiz Duboc Pinaud, Celso da Silva Soares, Eduardo Seabra Fagundes, Maria Adélia Campello Rodrigues Pereira, Ricardo Cesar Pereira Lira e Carlos Henrique de Carvalho Fróes; os acadêmicos da ABL Evanildo Bechara e Murilo Mello Filho; os advogados Henrique Czamarka, Paulo Lins e Silva, Armando de Souza, João Theotonio, Anna Brito Acker, Corintho de Arruda Falcão Neto, Liliane Roriz, Joaquim Jair Ximenes Aguiar, Ubiratan Guedes, Ney Moreira da Fonseca, Octavio Gomes, Sergio Francisco de Aguiar Tostes, Carlos Pessoa de Aquino e Alexandre José Faráh; os juízes Marcelo da Fonseca Guerreiro e Eliete da Silva Telles; o conselheiro do TCMRJ Jair Lins Neto; os desembargadores Roberto Guimarães, Evandro Pereira Valadão Lopes e Maria Inês da Penha Gaspar; e os professores Domício Proença Filho, José Ribas Vieira e Joaquim Falcão, entre outros.



Cátedra cassada - Evaristo de Moraes Filho nasceu no Rio de Janeiro, no bairro do Catumbi, no dia 5 de julho de 1914, três semanas antes do início da Primeira Guerra Mundial. Os seus primeiros 50 anos de vida foram completados em 1964, quando se instaurou no País a ditadura militar que, mais tarde, o prenderia por algumas semanas, sem qualquer justificativa oficial, no quartel do 1º Batalhão de Guardas, em São Cristóvão, e lhe cassaria a cátedra de Direito do Trabalho da Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, hoje UFRJ.

Na primeira metade do seu centenário de vida, Evaristo formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, na mesma turma da filha do presidente Getúlio Vargas, Alzira, no ano de 1937, quando foi instaurado o Estado Novo. Em 1940, se tornou sócio do IAB, do qual foi durante muito tempo membro da Comissão de Filosofia do Direito. Na antevéspera do Natal de 1943, casou-se com Dona Hileda, com quem teve dois filhos que lhes deram seis netos e dois bisnetos.

Evaristo de Moraes Filho tornou-se procurador da Justiça do Trabalho (1951) e doutor em Direito (1953) e Ciências Sociais (1955). Foi o autor e relator do Anteprojeto do Código Processual do Trabalho (1963).

Nos 50 anos seguintes, aposentou-se do cargo de procurador (1966), teve a cátedra cassada (1969) e acumulou a marca de mais de 70 livros escritos, além de 280 artigos publicados na grande imprensa e periódicos especializados.

Recusou o benefício da Lei de Anistia (1979) e tornou-se professor emérito da UFRJ (1983) no mesmo ano em que foi agraciado com a Medalha Teixeira de Freitas, principal comenda do IAB. Em 1984, ingressou na Academia Brasileira de Letras (ABL), na cadeira nº 40, que pertencera a Alceu Amoroso Lima.

Emoção - Casada há 70 anos com Evaristo de Moraes Filho, Dona Hileda Flores de Moraes, de 92, disse, antes do início da cerimônia, que o marido estava muito emocionado com a homenagem do IAB pelo seu centenário. "Ele, em geral, conversa muito, mas passou todo o dia de hoje calado e tenso, o que sempre acontece quando a emoção o domina. Posso lhe garantir, pois o conheço bem, afinal, estamos casados há quase 71 anos, que serão completados no dia 23 de dezembro", revelou a esposa do homenageado.

Dona Hileda contou um pouco sobre a rotina do marido, que, depois de sofrer fraturas nos dois fêmures, nos últimos 10 anos, em acidentes distintos, o último deles em casa, se locomove apenas por meio de uma cadeira de rodas. "Ele continua atento a tudo, lê os jornais diariamente, assiste aos noticiários televisivos e nunca deixa de ler as atas da Academia (Brasileira de Letras) que são enviadas lá para casa", revelou Dona Hileda.

O casal mora, desde 1952, na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana. Perguntada se Evaristo, "Fluminense doente", segundo ela, assistiu aos jogos do Brasil na recente Copa do Mundo, Dona Hileda afirmou: "Como ele adora futebol, não viu somente os do Brasil, mas todos os jogos da Copa, não perdeu nenhum, e, claro, ficou arrasado com aquela goleada da Alemanha".

Dona Hileda contou, ainda, que Evaristo também lê os muitos livros que chegam à casa todos os dias, mas não escreve mais. "A não ser uma vez por ano, quando, na verdade, dita a mensagem para a Sessão da Saudade que a Academia realiza em homenagem ao aniversário de um ano de falecimento dos seus membros".
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