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Sexta, 08 Agosto 2025 14:29

Ausência de regulamentação adequada de IA inviabiliza seu uso no Direito, dizem especialistas do IAB

 Da esq. para a dir., no alto, Patrícia Medeiros e Valéria Ribeiro; embaixo, Flávio Pita e Ana Amélia Menna Barreto Da esq. para a dir., no alto, Patrícia Medeiros e Valéria Ribeiro; embaixo, Flávio Pita e Ana Amélia Menna Barreto

A live do Conexão IAB, projeto do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), desta quinta-feira (8/8), abordou o uso ético da IA pelo Poder Judiciário e pela advocacia, e apresentou casos reais que chegaram à Justiça. O encontro reuniu a presidente e a vice-presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação da entidade, Ana Amelia Menna Barreto e Patrícia Medeiros, respectivamente, além da integrante do mesmo grupo Valéria Ribeiro. O diretor adjunto de Comunicação e coordenador do Conexão IAB, Flávio Pita, mediou as interações dos internautas pelo chat. 

Patrícia Medeiros abordou a Resolução do CNJ que regulamenta o uso da IA pelo Judiciário e sustentou que a aplicação: de ferramentas de IA deve ocorrer de forma segura. “Posso estar sendo alarmista, mas o momento é de reflexão. Hoje, da forma como está, temos mais riscos do que ganhos”, afirmou. Segundo ela, existem riscos sistêmicos que envolvem o uso da IA tanto por advogados, quanto por magistrados. “Temos questões como alucinações, dependência tecnológica e responsabilização. Por melhor que seja a ferramenta, vemos que, sim, as IAs trazem precedentes e jurisprudências que não existem”, alertou. 

Coube a Ana Amelia Menna Barreto apresentar suas considerações sobre o uso ético da IA pela advocacia. Foram apresentadas as diretrizes emitidas pela Federação Europeia das Ordens de Advogados, pela Ordem dos Advogados de Portugal e pela ABA dos Estados Unidos. O Conselho Federal da OAB publicou a Recomendação 1/24 sobre o uso da IA na prática jurídica, indicando a necessidade de zelar pela confidencialidade e sigilo profissionais dos dados apresentados, a prática jurídica ética, a necessidade de entendimento adequado das capacidades da tecnologia, assim como o consentimento informado de forma explícita do cliente com o uso da IA pelo advogado. 

Trazendo ao debate casos concretos, Valéria Ribeiro, membro da Comissão, apontou que advogados mais jovens tendem a usar recursos tecnológicos com mais frequência. “Temos como reclamação da advocacia o medo de a IA substituir o profissional. No entanto, vemos casos em que o próprio advogado quer colocar a inteligência artificial para ler sua sustentação oral. E isso é um desrespeito com os colegas e com o tribunal”, afirmou. 

Segundo a advogada, é preciso usar ferramentasu desse tipo com discernimento e supervisão humana. “Parece que é um brinquedo novo que as pessoas estão usando, sem saber se esse brinquedo vai quebrar ou trazer algum prejuízo”, criticou Valéria Ribeiro, que definiu o uso responsável como a melhor saída para o impasse. 

Para Ana Amélia Menna Barreto, a chave para lidar com as inovações tecnológicas com sabedoria é a supervisão ética da inteligência artificial. “A ética não é estática, ela reflete as mudanças da sociedade. Precisamos trazê-la para o debate a respeito do desenvolvimento da IA, para que não sejam repetidos vieses discriminatórios que existem no mundo cotidiano”, disse a advogada.
 

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