Compuseram a mesa de honra o presidente da ANM, Francisco Sampaio; o secretário-geral da ANM, Antonio Egídio Nardi; o desembargador Siro Darlan, do TJRJ; a juíza aposentada Maria Lúcia Karam, que preside a representação brasileira da Leap (Law Enforcement Against Prohibition), e o benemérito da ANM Pedro Grossi. Após a abertura do simpósio, feita por Francisco Sampaio, o desembargador Siro Darlan falou sobre a ineficiência do processo de combate às drogas no Brasil, lembrando que o País é o terceiro que mais realiza prisões em todo o mundo. O magistrado disse, também, que o sistema penitenciário brasileiro acolhe, em sua grande maioria, negros, pobres e analfabetos. “Reunir nesse simpósio as maiores cabeças pensantes da medicina e do direito brasileiro é uma honra. É possível combater as drogas de maneira humana e eficaz. Nós, juristas, achamos necessária a discussão entre lei e saúde na questão das drogas", afirmou Siro Darlan.

Da esq. para a dir., Pedro Grossi, Antonio Egídio Nardi, Francisco Sampaio, Siro Darlan, Técio Lins e Silva e Maria Lúcia Karam
Proibição mata mais que consumo – Maria Lucia Karam também defendeu a descriminalização e levantou a possibilidade de arrecadação de impostos através da legalização do cultivo e consumo das drogas. "Precisamos discutir a legalização das drogas, mas isso não significa que apoiamos e nem incentivamos o consumo dessas substâncias”, afirmou a magistrada. “Posso afirmar que as mortes devido à proibição são maiores que as causadas pelo consumo. O vício das drogas é uma doença e, assim como toda doença, não pode ser tratada como crime”, disse.
O acadêmico Antonio Egídio Nardi falou dos transtornos mentais associados ao uso de substâncias tóxicas. Ele lembrou que muitos casos de esquizofrenia e outros surtos psicóticos são ocasionados pelo uso abusivo de drogas. Por outro lado, o professor Dartiu Xavier Silveira Filho, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), disse que “a legalização do cultivo irá aumentar a pureza da droga e, consequentemente, diminuir a sua nocividade”.
O simpósio também foi marcado por palestras feitas pelo ex-secretário de Direitos Humanos do RJ Jorge da Silva, a delegada Sandra Ornellas, o tenente PM Anderson Duarte e o inspetor da Polícia Civil Bruno Vieira de Freitas. Todos abordaram o tema A experiência da guerra às drogas.