‘A arte e o direito são fundamentais para a compreensão da realidade’, diz José Roberto Castro Neves
No lançamento do livro O espelho infiel – uma história humana da arte e do direito, nesta terça-feira (23/2), no canal TVIAB no YouTube, o advogado José Roberto Castro Neves afirmou que “a arte e o direito são fundamentais para a compreensão da realidade”. No webinar Papo com o IAB, aberto pela presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, o autor também falou sobre a formação dos advogados: “A melhor educação para a advocacia não é a técnica, mas a humanística, que inclui o contato com a arte”.
Ao final do webinar, Rita Cortez disse que o evento foi “muito enriquecedor e contou com a participação de pessoas cultas, que trataram de temas de grande interesse, não somente da advocacia, mas de toda a sociedade”. A mediação dos debates foi feita pela diretora de Biblioteca e membro da Comissão de Direito Penal do IAB, Márcia Dinis. Também participaram do lançamento a consócia Joana Cortez, ex-aluna do autor, e o advogado Gustavo Martins de Almeida, membro da Comissão de Propriedade Intelectual do IAB e advogado do Sindicato Nacional dos Editores de Livros. A partir do alto à esquerda, no sentido horário: Rita Cortez, Joana Cortez, Márcia Dinis, Gustavo Martins de Almeida e José Roberto Castro Neves
José Roberto Castro Neves defendeu outra alteração na formação dos advogados. “É preciso, também, incluir o estudo da ética no curso de Direito”, propôs o autor, que é membro efetivo do IAB, doutor em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), professor de Direito Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ).
Na sua fala, frases como “é preciso compreender os movimentos artísticos para entender o mundo em que vivemos” foram entremeadas com a projeção de obras de arte famosas no canal TVIAB. Foram mostradas obras que marcaram o período da Renascença, como a Madona das rochas, que Leonardo da Vinci produziu em 1493, como também a segunda versão da obra, concluída por ele em 1506.
Foram projetadas também imagens da Pietá, de Michelangelo (1499), e A rendição de Breda, de Velázquez (1634), entre outras. Entre os trabalhos modernos comentados pelo autor estava o quadro Guernica, de Pablo Picasso (1937). “Em cumprimento ao testamento deixado pelo pintor espanhol, que estabeleceu que o quadro somente iria para a Espanha quando as liberdades democráticas no país fossem retomadas e garantidas, a obra permaneceu no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque até 1981”, lembrou José Roberto Castro Neves.
Nos debates, Gustavo Martins de Almeida avalizou a obra do advogado: “Nesse livro de fôlego enciclopédico, o autor manuseia com maestria o tempo e a informação”. E disse ainda que “as palavras-chave da obra são conhecimento, símbolo e poder”. A advogada Joana Cortez também elogiou a obra: “O livro é uma aula de Direito, em que o querido professor José Roberto de Castro Neves, de quem fui aluna na PUC-Rio, ensina contando a história da arte”. Márcia Dinis destacou a importância da arte na formação dos advogados e exemplificou: “O convívio com a arte ajuda os juristas a escreverem com mais clareza e objetividade”.
